terça-feira, agosto 17

Blue

Hoje o dia estava azul, belo, brilhante.
Mas não era assim que eu me sentia.
Os dias agora eram diferentes.
Essa distância, mesmo que pequena, quase virtual.
Tornavam as coisas azuis de uma maneira um tanto quanto incomoda.

Não via mais a beleza nas coisas.
Aquela beleza descomunal havia distorcido minha visão.
O sol, a lua, nada se compara.
Agora nada era tão... único e especial.
Só aquela beleza era corada, todo o demais ficava mais azul.

E então o sol começa a se por, banhando de escuridão o dia.
Escurecendo nossas vistas em direção a noite.
Então me percebo como um pequeno engano, um erro.
Algo que ganhou cor por uns dias, mas deveria ser mais azul.
E lágrimas correm em palavras, num misto de tristeza e felicidade.

Músicas, gestos, escritos.
Ambas tentam dizer aquilo que não fui capaz de dizer a tempo.
Tentando corrigir ações e ditos que não deveriam ter sido ditas.
Então bate um arrependimento e um pensamento:
Que momento blue.

Ah, se pudessemos voar com liberdade.
Deixar pra trás todo o peso do passado.
Sentir no rosto a brisa do que vem adiante.
Sabendo que as coisas, mesmo não sendo tão belas.
Ainda são belas.

E que o azul fique colorido.


sábado, julho 10

Tem banana no cook?

Hitler e Jesus Cristo estavam na padaria. Não tinham comido praticamente nada o dia inteiro. Nem louça limpa eles tinham em casa. Aqueles dois morando juntos era uma anarquia dos infernos. Ainda bem que o diabo morava a mais de 200 km de distância. Qualquer coisa mais próxima podia ser catastrófica.
Os dois estavam discutindo sobre o que iam comer. JC curtia um salgado que parecia um falo de negro e Hit preferia empadão de frango. A mulher que veio atender eles era uma funcionária nova, não sabia o perigo que corria, e logo de cara ela tentou vender o seu produto.
- Olha, eu comi um empadão desse ontem e é muito bom, se eu tivesse dinheiro e fosse trouxa como você eu levava todos. - disse a menina da padoca.
- Então me dá todos. - disse o hit. - Mas eu quero ver se tem conteudo.
- Vai levar todos cara? - perguntou JC, achando estranho. - Tá com tanta fome assim?
- Nem to com tanta fome - respondeu Hit. - Tô pensando em matar uns a mais mesmo.
- Se que sabe - consentiu JC. - a grana é tua mesmo.
- Olha moço - a menina mostrava o empadão aberto. - Muito bom.
- Corta em pedaços e embala pra mim que eu me livro deles. - Hit estava satisfeito.
Enquanto isso JC dava uma bisbilhotada pela padoca e acabara de descobrir um canto com cooks.
- Olha Hit, tem cook aqui. - disse apontando os bolos com nome de duplo sentido. - será que tem banana?
- Pergunta pra moça - disse Hit, dando um sorrisinho. - Ela deve saber se tem banana no cook.
- Eu não vou perguntar - disse JC. - É pecado.
- Pecado perguntar se tem banana no cook? - perguntou abismado o tirano alemão.
- Claro - explicou JC. - Se você uma dia lesse aquela bíblia que você ganhou da sua vó e abrisse na parte de receitas, você ia saber do que eu estou falando. Papai deixou bem claro que banana no cook é pecado. Mas você só quer saber de usar as paginas pra bolar baseado, seu herege maldito.
- Ih , vai dar uma de santo agora - Hit estava indignado. - Você também fuma os baseados de bíblia.
- É - JC concordou. - Mas a bíblia não é minha. E meu pai é deus, eu faço o que quiser.
- Não é atoa que ele te crucificou - disse Hit. - É por isso que eu gosto de matar judeus.
- Porque eles me crucificaram? - Perguntou JC, feliz com a condolência do amigo.
- Não - Hit respondeu. - Porque eles não põe banana no cook. Eu gosto de banana no cook. Não sabia que tinha um capitulo de receitas na biblia.
- Diz o papai que tem - disse JC. - Eu pra ser bem sincero não sei.
- Hum...
A moça voltou e ficou esperando pra ver se eles queriam mais alguma coisa. Hit olhou para ela e pensou, "até que é gostosa essa menina, podia até fazer um discurso pra ela". De repente sem dó perguntou:
- Tem banana no cook?
- Agora não - a menina tinha ficado vermelha, ele tinha pego ela no pulo, por essa ela não esperava. - Quer dizer, nesse aqui da padaria tem.
- E no outro? perguntou cheio de málicia.
Então ela se virou pra Jesus e disse:
- Eu não te conheço de algum lugar?
- É bem provavel - disse ele pra ajudar a moça, não tinha gostado do tom constrangedor todo cafajeste que Hitler usara pra perguntar da banana no cook. Ele poderia ter sido mais sensivel, foi muito duro. - Já estive em muitos lugares.
- Você não andava com aquelas putas de perto daquele colégio pra lá? - Ela tinha sido bem direta agora.
- Ei - disse JC indignado. - Elas são minhas amigas. Olha o respeito.
- Putas hein - Hit entrou na conversa. - Tinha banana no cook delas?
- Tinha, o cook delas era delicioso - e tentando desviar o assunto emendou - Tem banana nesse cook grande aqui?
- Tem - respondeu a moça.
- Alguns desses cooks é teu? - perguntou Hit.
- Esse pequeno aqui - disse ela apontando para o menor deles.
- Hum... Teu cook é o pequeno - que delícia, pensou Hit com agua na boca. - Tem banana no teu cook?
- Não - disse a moça
- Da prá por banana nele? - Perguntou Hit esperançoso.
- Se o senhor quiser - disse com um sorriso maroto.
- Que horas que eu posso vir buscar teu cook? - perguntou, tendo certeza que comeria aquele cook pequeno mais tarde.
- Eu saio a três - disse ela. - Aí é o senhor que vê.
Enquanto isso JC pagava a sua parte da conta.
- Passo aqui mais tarde então pra pegar meu cook - e se despediu com uma piscadinha.
- Vamo logo Hit, pare de ficar cantando a moça da padoca e pague tua parte - chamou JC do caixa.
- Tá bom, tá bom - Hitler chegou no caixa tirou uma arma antiga da cintura, que atirava bolas de tinta, atirou na testa da caixa e saiu como se nada tivesse acontecido. - Tá aqui meu pagamento.
Do lado de fora da padoca, enquanto entravam no fusca verde de guerra do Hit, JC estava de cara.
- Que história é essa de teu cook lazarento? - perguntou demonstrando um pouco de raiva. - Porque voçê sempre faz dessas de atirar com essa arminha de brinquedo em vez de pagar? Sabe o que tão falando de você? Que você é louco.
- Você que tomou minha arma - disse Hit. - Não tenho muita opção.
- Claro - disse JC. - Você matava qualquer um que parecesse judeu. Dá trabalho ressuscitar pessoas sabia?
- Belo amigo você - disse Hit demonstrando um pouco de tristeza na voz. - Você repreende tudo que eu faço.
- Teu cu lazarento, teu cu. - agora JC estava mais de cara ainda. - O que você quer que eu faça te apóie quando você com aquelas idéias de matar milhões de judeus?
- Podia né, não custa nada.
- Alguns milhões de vida só.
- Viu, pouca coisa.
- Onde é que você ta indo? Pode tratar de desviar daquela velhinha, não vou deixar você atropelar ela. Você sempre atropela ela quando a gente vai na padoca.
- Ah.

Os dois foram pra casa em silêncio. Tendo banana ou não, aquele cook abalara a amizade deles por enquanto. E agora mais nenhum dos dois sabia por quanto tempo a parceria Jesus e Hitler podia dar certo. Mas apesar das diferenças, eles eram amigos.

quarta-feira, junho 30

Post-campanha Contra o álcool








...Por que dizem que álcool envelhece a pele e causa impotência sexual.



terça-feira, abril 20

Faculdade


ocupa todo o meu tempo...





segunda-feira, fevereiro 1

Aconteceu comigo [3]


Eu nao tinha o que comer. Fui na venda da esquina e comprei uma lata de ervilhas. Resolvi fazer uma bela 'salada' com champignon, mas como minha condição não me permitia comprá-los, decidi que iria fazer uma busca em algum pasto, pois ouvi uma conversa por aí que cogumelos de pasto eram melhores do que o champignon. Andei por cerca de meia hora, até encontrar um belo pasto. Pulei a cerca e, surpreendentemente, tive sorte. Mal sabia eu que isso se tratava de um plano que o Universo tinha para mim. Escolhi alguns cogumelos, fui pra floresta e lá preparei meu almoço, ervilhas com cogumelo. Não foi uma refeição muito saborosa, eu admito, mas depois de um tempo comecei a me sentir muito bem. Reparei então, que a luz do sol que passava pelas árvores era muito brilhante, o verde das folhas era muito verde, e alguns tocos de árvore pareciam se mexer. Espere, eles se mexiam sim. Vinham na minha direção e sabiam o meu nome. E tinham gorros, gorros muito coloridos. Falavam em uma lingua estranha e gesticulavam sem parar com suas pequenas mãozinhas rechonchudas. Depois de um tempo notei que não eram tocos de arvore, e sim esquilos. Fiquei parado por muito tempo, provavelmente de boca aberta, observando os esquilos de gorrinho discutirem. Um deles olhou pra mim e chamou pelo meu nome. Voltei do meu estado nirvânico e respondi.
Segui os esquilos por algum tempo, até eles pararem diante de uma árvore enorme. Me deram uma semente, falando em uma lingua que eu nao entendia e gesticulando sem parar. Comi a tal semente e fiquei um pouco tonto. Entao, não sei bem como, eles me enfiaram dentro da árvore e de repente eu estava em um novo mundo, com cores muito vivas. Segui os esquilos, que pararam em frente a uma porta e chamaram alguem. Outro esquilo surgiu, e eles começaram a conversar. Só então notei que nao eram esquilos, e sim gnomos.
Em alguns minutos comecei a compreender o que eles diziam, e logo estava conversando tambem. Fomos a um campo, onde muitos gnomos descansavam e admiravam a natureza. Haviam rios com água fresca, e cogumelos brotavam do chão como flores. Sentamos e começamos a conversar.
Lá eu passei por experiências incríveis, compreendi o sentido de tudo, e senti que a natureza me amava, assim como um cão ama cheirar a bunda de outro cão. Jogamos futebol, eu fui no gol. Bebemos chás e chopp, comemos miliopã e frango empanado. Minha vida estava tão boa, que me acostumei à vida gnomatizada e fiquei lá por meses, anos, seilá.
Um dia, como bom cidadão gnomatiense, fui enviado à minha antiga dimensão para pregar tudo que aprendi, vivi e senti nesse longo tempo de gnomo-aprendizagem. Eu trago uma semente, a semente do amor. Meu nome é Barack Obama, e eu sou o ganhador do Premio Nobel da Paz.

terça-feira, janeiro 19

Toda essa chuva

cai dentro de mim.

segunda-feira, janeiro 18

Fodam-se todos os malditos que fingem ser meus amigos, fodam-se todos os malditos que querem me ver no chão. Foda-se se o tempo de agora é tempo perdido, e foda-se se vocês, idiotas, me deixaram na mão.
Eu quero mais é que se exploda a porra do Big Brother, a mocinha metida que ACHA que 'pode', e o maldito vizinho da esquina que só ouve xote e pagode.
Ah, quer saber, foda-se a poesia, agora ninguem mais rima aqui nessa porra. Maldito seja quem é falso e se faz de sonso, maldito seja o cara de pau do dia seguinte, maldito seja o fogo de palha e o acomodado passivo. Foda-se se essa merda nao ficou boa, foda-se quem ri agora.
Não preciso desse mundinho ridiculo.

segunda-feira, janeiro 11